segunda-feira, 7 de setembro de 2009

FALANDO SOBRE EDUCAÇÃO

Educação Brasileira na Ótica Filosófica

Introdução

A educação pública no Brasil, já teve seu período pomposo que vai desde o Brasil Império até a ditadura militar. Nessa época, as escolas eram públicas, porém direcionadas a classe burguesa do país. Até então havia uma grande procura pelos cursos de direito e medicina que além da profissão de educador, eram profissões bastante valorizadas. Contudo, na década de 1930 com a promulgação da lei que proporcionava alguns direitos básicos as mulheres, houve um grande aumento pela procura a profissão de educador, o que a desvalorizou consideravelmente. Esse fato agravou-se ainda mais durante a ditadura militar, quando muitos professores foram perseguidos, torturados e mortos. com a queda do regime militar, foram investidas verbas altas na construção de escolas públicas. Embora houvesse mais escolas, os educadores, desvalorizados, em pouco puderam ser instruídos, e a população sem força para cobrá-lo, foi impulsionada ao nível educacional decadente que nos encontramos hoje.
Observo hoje a realidade da educação brasileira e vejo que o país que antes era visto como o país do futuro está atado a uma realidade bem do passado. Só pra citar um exemplo, no séc. XIX e início do séc. XX a Alemanha sofria forte influência militar, e à beira da Primeira Grande Guerra o governo incentivava fortemente a leitura de material científico e revistas de informação para toda a população alemã, inclusive custeando-as, algo que teve como resultado um “Booooom” tecnológico para toda a humanidade, visto que, grandes cientistas alemães dentre eles Albert Einstein são frutos dessa geração.
Mas qual o motivo para este tipo de incentivo? A resposta é simples, tendo um povo mais bem educado e um exército mais informado o “reich” teria forte vantagem militar o que compensaria a falta de contingente militar se comparado às outras nações, algo que realmente foi observado durante a guerra ( a média inicial era de 1 baixa alemã para cada 6 baixas inimigas).
Se levarmos em consideração que atualmente no Brasil as publicações de caráter científico são quase que em suma publicadas pela internet e para se ter acesso é preciso estar cadastrado por meio de uma instituição superior de ensino ou então à órgãos de incentivo a pesquisa, afirmo que o Brasil nega informação à sua população, uma vez que internet é privilégio de poucos e a relação com instituições de ensino e órgãos de pesquisa privilégio de quase ninguém.

Problemas da Educação no Brasil
A educação Brasileira apresenta alguns problemas são eles:
● O trabalho dos governos, nos planos federal, estadual e municipal, e da iniciativa privada, mobilizados pela opinião pública, conseguiu aumentar o número de crianças e adolescentes brasileiros que freqüentam os bancos escolares. Mas a qualidade do ensino continua ruim, conseqüência do preparo insuficiente dos mestres, da falta de estrutura dos estabelecimentos de ensino e de uma série de outros fatos negativos.
● A repetência no Brasil, é a mais grave na América Latina, e o pouco tempo em que as crianças ficam na escola são dois dos aspectos negativos da educação no país. Dezoito por cento das meninas e 25% dos meninos repetem o ano
● A Falta de uma melhor remuneração aos mestre e incentivos de especializações, motivações são um dos fatores culminante da queda de produção destes profissionais.
Remunerar melhor os professores – tentando a dedicação em tempo integral ao mister de educar ministrar treinamento aos mestres, equipar e proporcionar segurança às escolas parecem, na atual quadra da vida nacional, os caminhos aconselháveis para alcançar os objetivos
É imprescindível acrescentar que qualquer progresso material, por mais expressivo que seja, pouco vale se a população não tiver uma sólida base educacional e cultural. O mundo está repleto de situações que atestam essa verdade

Educação brasileira de Qualidade
Temos consciência que vivemos em uma sociedade de informação, onde confunde-se muito esses dois termos. Porém conhecimento não se reduz a informação. O ato de conhecer implica em um processo, de deve-se trabalhar com as informações classificando-as, analisando-as e contextualizando-as.
Além disso é necessário para se ter conhecimento e poder transmiti-los ter inteligência, esta tem a ver com a arte de vincular conhecimento de maneira útil e pertinente, isto é, de produzir novas formas de progresso e desenvolvimento. Consciência e sabedoria envolvem reflexão, isto é capacidade de construir novas formas de existência, de humanização.
É nesse contexto que se pode entender as relações de conhecimento e poder, a informação confere vantagens para quem à possui. Deste modo é que surge a repressão à informações, como também á manipulação de informações.
O acesso a informação não se da igualmente á todos os cidadãos, então é preciso trabalhar a informação para se construir a inteligência. Mas pode a inteligência pode ser cega e isso afeta o poder do conhecimento, uma vez que o poder não é intrínseco a aqueles que produzem o conhecimento, mas aqueles que os produtores de conhecimento.
Portanto não basta produzir o conhecimento, mas é preciso produzir as condições de produção do conhecimento. Ou seja, conhecer significa estar consciente do poder do conhecimento para a produção da vida material, social e existencial da humanidade.
Qual a possibilidade da escola trabalhar o conhecimento?
Sempre existiu uma polêmica com relação as instituições escolares se ela realmente ensinam ou informam, mas abe-se que a escola e os professores tem um grande trabalho a fazer com as crianças e jovens, que é proceder a mediação entre a sociedade da informação e os alunos, no sentido de possibilitar-lhes pelo desenvolvimento da reflexão adquirirem a sabedoria necessária á permanente construção do humano.
A educação então, é entendida como um processo de humanização: que ocorre na sociedade humana com o objetivo de tornar os indivíduos participantes do processo civilizatório, e responsável por leva-lo adiante, enquanto prática social, é realizada por todas as instituições da cidade. Enquanto processo sistemático e intencional é realizado por alguns entre a escola.
Quando se afirma que a escola precisa encontrar novas formas de ensino e aprendizagem, se deseja sobreviver os momentos difíceis que atravessa, não se tem em mente apenas aperfeiçoar as atuais formas de ensino e aprendizagem, torná-las mais eficientes e, ao mesmo tempo, como se fosse possível, mais agradáveis. O que critica é o próprio modelo, ou paradigma de aprendizagem, e, conseqüentemente de ensino, que hoje impera. Conseqüentemente, é preciso “virar as coisas de ponta cabeça”, recomeçar do zero.
É interessante notar que o modelo ou paradigma que hoje é hegemônico não possui fundamentação teórica ou justificativa séria. Quando as coisas são colocadas nestes termos, poucos são os que explicitamente endossam a tese de que educar é ensinar às crianças os fatos, os conceitos e, se for o caso, os procedimentos envolvidos nas várias disciplinas: estudos sociais ou, especificamente, história, geografia; ciências ou, especificamente, biologia, física, química; matemática; filosofia; língua materna; uma língua estrangeira. Esse modelo ou paradigma foi se infiltrando na escola, e acabou alcançando condição de hegemonia, apenas porque é mais fácil de ser colocado em prática do que as alternativas. Na realidade, ele contradiz virtualmente tudo o que sabemos sobre o que é que motiva as crianças a aprender e como elas de fato aprendem.
Não se pode ignorar que antes de entrar na escola a criança aprende uma quantidade enorme de coisas: aprende a diferenciar a suas impressões sensoriais e a identificar objetos e pessoas; aprende a pegar e a manipular objetos; aprende a ficar de pé e eventualmente a andar; aprende a gostar de determinadas coisas e a não gostar de outras, desenvolvendo nítidas preferências; aprende a responder adequadamente ao contato de terceiros (conhecidos ou estranhos); aprende a identificar sons, em especialmente os sons da fala humana; aprende primeiro a expressar o que deseja através de gestos e sinais, aprende a imitar gestos e sons e, eventualmente, aprende a falar; aprende a se alimentar sozinha; aprende a controlar sua bexiga e seus intestinos; aprende que não deve fazer determinadas coisas; aprende a demonstrar carinho e a agredir os outros, quando contrariada; aprende eventualmente a identificar símbolos, desenhos, sons e mesmo palavras escritas com seus referentes – e assim por diante. Algumas crianças aprendem até mesmo a ler e a escrever virtualmente sozinhas. Outras crianças aprendem a se locomover, sem se perder, em espaços relativamente complexos – como um sítio ou mesmo as ruas de uma grande cidade.
Registre-se, porque de fundamental importância, que nenhum desses aprendizados envolve a absorção pura e simples de informação – em todos eles o essencial é o desenvolvimento de competências e habilidades – sensório-cognitivas, psico-motoras, emocionais e sociais (interpessoais). Registre-se ainda que em nenhum desses casos há um processo de ensino formal e institucionalizado: a criança aprende observando, imitando, e respondendo a intermitentes intervenções (estimulações ou provocações, no bom sentido) daqueles que compartilham o seu mundo.
Além do mais, aprender todas essas coisas dá grande prazer às crianças – sua curiosidade inata as torna automotivadas e em nenhum momento o aprendizado lhes parece doloroso ou entediante. Aprender é parte de sua vida – na verdade, a parte principal da sua vida. Brincar, para elas, é aprender, e aprender é brincar.
Se, ao entrar na escola, o aprendizado subitamente se torna aborrecido e mesmo sofrido para as crianças, isto parece ser muito mais por falha da escola do que das próprias crianças – pois nada fundamental se altera nelas, além do fato de que seu aprendizado agora deve se processar principalmente no ambiente organizado e estruturado da escola, que altera drasticamente a natureza do processo de aprendizagem.
Conclusão
O passo fundamental, é a consciência da importância da educação por parte dos cidadãos, pois é a educação que faz que sejamos críticos, não aqueles que criticam apenas por criticar, mas aqueles capazes de criticarem e reelaborarem novos conceitos, conceitos estes capazes de mudar, transformar e até mesmo revolucionar, tudo para chegar a um ponto de equilíbrio.
A educação é a chave para uma sociedade mais justa. Tentar através do conhecimento uma maior politização e esclarecimento ideológico, visto que, este nos proporciona a base para entender o mundo, não aceitar as coisas de imediato, não acreditar no que parece ser óbvio, e compreender conceitos, mitos a ponto de nós criarmos os nossos próprios conceitos.

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