domingo, 2 de março de 2008

Platão





Platão
Sócrates nunca escreveu. O que sabemos de seus pensamentos encontra-se nas obras de seus vários discípulos, e Platão foi o mais importante deles. Se reunirmos o que esse filósofo escreveu sobre os sofistas e sobre Sócrates, além da exposição de suas próprias idéias, poderemos apresentar como características gerais do período socrático.
A Filosofia se volta para as questões humanas no plano da ação, dos comportamentos, das idéias, das crenças, dos valores e, portanto, se preocupa com as questões morais e políticas. O ponto de partida da Filosofia é a confiança no pensamento ou no homem como um ser racional, capaz de conhecer-se a si mesmo e, portanto, capaz de reflexão. Reflexão é a volta que o pensamento faz sobre si mesmo para conhecer-se; é a consciência conhecendo-se a si mesma como capacidade para conhecer as coisas, alcançando o conceito ou a essência delas.
Nascido em 476 a.c, Platão pertencia a uma tradicional família de Atenas, recebeu a educação clássica dos jovens nobres da época. Ida ao ginásio com vista a formação de guerreiro, musica e poesia. Ao mesmo tempo destinado a participar da vida politica, frequentou os sofistas para aprender a retórica.
Aos 20 anos levados por amigos, começou a frequentar o circulo de Sócrates, tornando-se seu mais importante discípulo. No livro a Apologia fax a defesa de Sócrates e a refutação das acusações que caíram sobre seu mestre.
Com á morte de Sócrates, ele decidiu viajar e depois de 12 anos perambulando por aí voltou a Atenas, já com 40 anos e fundou a Academia, uma escola para Filósofos. A Academia tinha um objetivo, á investigação científica e Filosófica e sua fundação é um marco na história do pensamento ocidental.
Um dos livros mais importante de Platão é a Republica, no qual Platão discorre sobre a justiça na ética e na política, é nele também que o filosofo narra o mito da caverna, uma de suas alegorias mais famosas.
O mito da caverna
Imaginemos uma caverna subterrânea onde, desde a infância, geração após geração, seres humanos estão aprisionados. Suas pernas e seus pescoços estão algemados de tal modo que são forçados a permanecer sempre no mesmo lugar e a olhar apenas para frente, não podendo girar a cabeça nem para trás nem para os lados. A entrada da caverna permite que alguma luz exterior ali penetre, de modo que se possa, na semi-obscuridade, enxergar o que se passa no interior.
A luz que ali entra provém de uma imensa e alta fogueira externa. Entre ela e os prisioneiros - no exterior, portanto - há um caminho ascendente ao longo do qual foi erguida uma mureta, como se fosse a parte fronteira de um palco de marionetes. Ao longo dessa mureta-palco, homens transportam estatuetas de todo tipo, com figuras de seres humanos, animais e todas as coisas.
Por causa da luz da fogueira e da posição ocupada por ela, os prisioneiros enxergam na parede do fundo da caverna as sombras das estatuetas transportadas, mas sem poderem ver as próprias estatuetas, nem os homens que as transportam. Como jamais viram outra coisa, os prisioneiros imaginam que as sombras vistas são as próprias coisas. Ou seja, não podem saber que são sombras, nem podem saber que são imagens (estatuetas de coisas), nem que há outros seres humanos reais fora da caverna. Também não podem saber que enxergam porque há a fogueira e a luz no exterior e imaginam que toda luminosidade possível é a que
reina na caverna.
Que aconteceria, indaga Platão, se alguém libertasse os prisioneiros? Que faria um prisioneiro libertado? Em primeiro lugar, olharia toda a caverna, veria os outros seres humanos, a mureta, as estatuetas e a fogueira. Embora dolorido pelos anos de imobilidade, começaria a caminhar, dirigindo-se à entrada da caverna e, deparando com o caminho ascendente, nele adentraria. Num primeiro momento, ficaria completamente cego, pois a fogueira na verdade é a luz do sol e ele ficaria inteiramente ofuscado por ela. Depois, acostumando-se com a claridade, veria os homens que transportam as estatuetas e, prosseguindo no caminho, enxergaria as próprias coisas, descobrindo que, durante toda sua vida, não vira senão sombras de imagens (as sombras das estatuetas projetadas no fundo da caverna) e que somente agora está contemplando a própria realidade.
Libertado e conhecedor do mundo, o prisioneiro regressaria à caverna, ficaria desnorteado pela escuridão, contaria aos outros o que viu e tentaria libertá-los. Que lhe aconteceria nesse retorno? Os demais prisioneiros zombariam dele, não acreditariam em suas palavras e, se não conseguissem silenciá-lo com suas caçoadas, tentariam fazê-lo espancando-o e, se mesmo assim, ele teimasse em afirmar o que viu e os convidasse a sair da caverna, certamente acabariam por matá-lo. Mas, quem sabe, alguns poderiam ouvi-lo e, contra a vontade dos demais, também decidissem sair da caverna rumo à realidade.
O que é a caverna? O mundo em que vivemos. Que são as sombras das estatuetas? As coisas materiais e sensoriais que percebemos. Quem é o prisioneiro que se liberta e sai da caverna? O filósofo.
O que é a luz exterior do sol? A luz da verdade. O que é o mundo exterior? O mundo das idéias verdadeiras ou da verdadeira realidade. Qual o instrumento que liberta o filósofo e com o qual ele deseja libertar os outros prisioneiros? A dialética. O que é a visão do mundo real iluminado? A Filosofia. Por que os prisioneiros zombam, espancam e matam o filósofo (Platão está se referindo à condenação de Sócrates à morte pela assembléia ateniense)? Porque imaginam que o mundo sensível é o mundo real e o único verdadeiro.
O Mundo das Idéias
Então para Platão a tarefa da Filosofia era libertar o Homem da escuridão da caverna, do mundo das aparências e leva-lo para o mundo real, que é o mundo das essências. A teoria da idéias é parte central do pensamento platônico, segundo ela existe uma esfera superior ao mundo físico, onde estão as idéias puras. É o mundo inteligível e espiritual que é causa primaria de tudo, as idéias seriam incorpóreas e invisíveis, eternas, perfeitas e imutáveis e os Homens, assim como todos os objetos que conhecemos são mera cópias, imperfeitas e incompletas dos objetos existente no mundo das idéias.
Imortalidade da Alma
Segundo Platão a alma se divide em três: desejo, emoção e conhecimento, e a razão é personificada pelo conhecimento que deve comandar as outras duas. O desejo é controlado pelo coração, enquanto o conhecimento é controlado pela razão. Também afirma que o corpo é o carcere da alma.

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